A equipe de Vigilância em Saúde de Cerrito implementou a vigilância entomológica utilizando armadilhas de oviposição, conhecidas como ovitrampas. Essa estratégia tem como objetivo principal direcionar e monitorar as ações de controle dos mosquitos do gênero Aedes, vetores de doenças como dengue, zika e chikungunya. As ovitrampas, método sensível e de baixo custo, são recipientes pretos com uma palheta de madeira onde as fêmeas dos mosquitos depositam seus ovos. A instalação dessas armadilhas permite detectar precocemente a presença do vetor em áreas não infestadas, monitorar a densidade populacional em locais já com incidência e avaliar a eficácia das medidas de controle.
Para garantir a efetividade do monitoramento, a equipe seguiu um planejamento cuidadoso, considerando a infraestrutura e a capacidade de recursos humanos do município. A preparação das ovitrampas envolveu a imersão das palhetas em água para remover resíduos. Após a secagem, monta-se a armadilha com a aplicação de uma solução atrativa com levedo de cerveja. As armadilhas são instaladas no peridomicílio e intradomocílio, identificadas com etiquetas contendo informações relevantes e posicionadas em locais protegidos da chuva e do sol, com o consentimento dos moradores. A distribuição das ovitrampas na área urbana de Cerrito seguiu um padrão de espaçamento recomendado para municípios com população inferior a 5.000 habitantes, com uma armadilha a cada 100 metros.
Após um período de cinco dias, as palhetas contendo os ovos são recolhidas e encaminhadas para análise laboratorial. A água dos recipientes é descartada no solo e os mesmos são limpos para receber novas palhetas. No laboratório, técnicos treinados realizaram a contagem dos ovos utilizando microscópios, determinando o Índice de Densidade de Ovos (IDO) e o Índice de Positividade das Ovitrampas (IPO). Esses indicadores são cruciais para avaliar o nível de infestação e a necessidade de intensificar as ações de controle vetorial. A periodicidade do monitoramento em Cerrito será definida de acordo com as capacidades e necessidades locais, com a sugestão de dez ciclos de 15 dias ao longo do ano.
A Vigilância em Saúde ressalta que a utilização das ovitrampas complementa outras atividades de controle do Aedes, como visitas domiciliares, controle mecânico, uso de inseticidas quando necessário e a realização do LIRAa/LIAa, conforme as diretrizes nacionais.
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde - SMS
Autor: Pedro Luiz Guerreiro e Celestino Garcia
Local: Prefeitura Municipal - Cerrito - RS