Promovido pela Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul), uma reunião promovida ontem (23), no Sindicato Rural de São Lourenço do Sul, contou com a presença de 150 agentes públicos para tratar sobre a estiagem que afeta a região. Representando Cerrito, esteve presente o secretário de Gabinete, Francisco Bessa, e o Coordenador da Defesa Civil, Eduardo Cardoso.
Durante o encontro, o órgão repassou instruções sobre como elaborar um plano detalhado sobre os prejuízos acumulados pela seca, condição para que os municípios consigam acessar recursos federais. A Prefeitura de Cerrito, respaldado por um laudo da Emater, já encaminhou esse documento e agora espera o retorno do Governo do Estado, que deve homologar e reconhecer o decreto de situação de emergência nos próximos dias.
Segundo o coronel Alexandre Martins Lima, chefe da Casa Civil, o estado disponibilizará imediatamente seis caminhões, quatro máquinas, uma escavadeira hidráulica e duas perfuratrizes para abertura de poços artesianos atendendo os planos de trabalho já enviados à Defesa Civil.
O encontro também foi acompanhado pelos representantes de instituições financeiras, que anunciaram linhas de crédito especiais para o atendimento aos produtores atingidos pela falta de chuva e financiamentos para pessoa jurídica, como é o caso do Banrisul. Já o Badesul, conforme anunciou o diretor Kalil Sehbe, aguarda uma liberação do BNDES para prorrogar e renegociar as dívidas. “Em poucos dias estamos com esta operação em pleno funcionamento”, garantiu.
A SECA NO MUNICÍPIO
Em Cerrito, a diminuição drástica na ocorrência de chuvas ocasionou uma redução do volume das nascentes e das fontes de abastecimento para consumo humano e animal. Em meio a tantos desafios, responsáveis em alguns casos a submeter os agricultores a mudanças no plantio, os prejuízos se acumulam e os cálculos apontam para uma perda total de aproximadamente R$ 6,2 milhões.
Duas das principais culturas do município são as mais afetadas pela falta de umidade no solo. De acordo com o laudo da Emater as plantações de milho, por exemplo, devem acumular um prejuízo de R$ 1,5 milhão, o que equivale a 60% do cultivado.
Apesar de ser mais resistente à seca, a soja ainda assim deve ter uma perda calculada em 20% na receita. Embora a colheita ainda não tenha iniciado, diversas lavouras já registram flores abortadas. O prejuízo, nessa cultura, é ainda mais significativa: estimado em R$ 3,6 milhões.
O laudo informa ainda sobre outras três produções agropecuárias. A pouca ocorrência de chuvas deve ocasionar 60% de perdas nas plantações de feijão, equivalente a R$ 59 mil. A queda para a produção de leite é calculada em 21%, porcentagem que se traduz em 420 mil litros e R$ 336 mil a menos na receita. Isso porque além da pastagem ser afetada, há pouca qualidade na água disponível para o consumo dos animais. Esses também são os motivos que levam o engenheiro a concluir que o gado de corte será prejudicado em 10%, o que representa uma perda de R$ 720 mil.
Matheus Muniz e Pedro Luiz Guerreiro – Assessoria de Imprensa